Esta carta escrevi no natal de 1988.
Quantas pessoas procuram a pomba da paz que nunca existiu. Quantas pessoas ficam com o grito preso na garganta, grito que nunca saiu. Quantos casais de namorados não tem coragem de sonhar um sonho azul. Quantas crianças paradas à frente de uma vitrine com os olhos molhados. Quantos idosos caminham sem esperanças. Quantas crianças atravessam a cidade em busca de migalhas de pão. Enfim, quantas pessoas buscam a felicidade sem nunca encontrá-la.
O que é e onde está a tal felicidade que tanto falamos e buscamos? Afinal, podemos ser felizes com todos estes problemas?
A resposta é uma só: sim, nós podemos, pois a felicidade está dentro de nós.
Talvez ela esteja aí agora ao seu lado, no sorriso do seu filho, no olhar meigo ou mesmo traquina, ou com os olhos fechados a repousar em seu colo.
Talvez a felicidade esteja agora ao seu lado, quando você olhar e ver que tem uma porção de amigos.
Talvez a felicidade esteja agora ao seu lado, se ao tocar a mão da namorada ou esposa, os seus olhos brilharem e você não tiver vergonha de dizer “Eu te amo”.
Talvez a felicidade esteja agora dentro de seu ventre, se ao sentir o dom da vida você já se sentir mãe.
Um dia três pessoas seguiram uma estrela, pois acreditavam que através dela poderiam encontrar a felicidade. E a encontraram, ela estava em um menino em uma humilde manjedoura, e eles nos ensinaram uma grande lição: que sempre que vermos uma estrela a brilhar, não devemos ficar simplesmente a admirá-la e sim segui-la sem esmorecer, pois aquela poderá ser a nossa estrela.
Mas se sua felicidade estiver em acreditar em Papai Noel, acredite.
Hoje é Natal, nosso salvador nasceu!
Espere… Papai Noel existe! Para meus filhos, Papai Noel sou eu.
Airton – 25/12/1988