Esta carta escrevi quando a Patrícia estava grávida.
Sabe, papai e mamãe, quando vocês me descobriram eu era uma pequena sementinha e pude sentir o amor com que fui recebida. Quero dizer que sinto o mesmo amor por vocês.
Fui crescendo, tomando forma, hoje já estou até me movimentando, não é mamãe? Sei que estão ansiosos por me verem e também estou por vê-los, mas quero que saibam de uma coisa: eu já os amo muito.
Sei que já estão preocupados com minha educação, com o que me ensinar, o que me dar, e quero tranqüilizá-los quanto a isso, pois só quero uma coisa de vocês: amor.
Quero paciência se chorar a noite, pois ainda não entendo as coisas muito bem. Quero que me ensinem a andar para que meus passos sejam firmes. Quero que me mostrem o caminho, para que não tropece, mas se tropeçar me ajudem a levantar. Quero os braços abertos para me aconchegar. Quero que me corrijam se errar, para que mais tarde não caia em erro maior. Quero que nunca pisem em ninguém, para que eu aprenda a ajudar.
Quero que me contem historias de príncipes e princesas; que me ensinem a escrever “papai, mamãe”. Quero que me levem a Igreja; que me falem de Deus e do seu imenso amor. Quero que me falem de Cristo e da salvação. Quero que me contem de suas vidas, de quando eram crianças. Quero que vocês nunca se envergonhem de mim. Quero brincar de casinha, escolinha, quero rolar pela grama, ver o nascer do Sol, o arco-íris, o orvalho, quero que me mostrem um ninho com filhotinhos; quero ir ao parque, ao circo, ao cinema.
Sabe, papai e mamãe, quero amá-los! E desde já agradeço a Deus por ter me dado vocês como meus pais.
De quem muito os ama…
Giovanna
Airton – 20/04/1996