Hoje ao acordar, agora com idade nova, comecei a pensar: se eu tivesse uma conversa com Deus, o que iria pedir? Do que iria reclamar?
Iria pedir calma para acompanhar os passos de minha esposa, pois eles já não são tão rápidos como quando a conheci. Mas iria pedir agilidade para acompanhar e entender os netos, entender esses joguinhos modernos e saber lidar com estes aparelhos sem botões para apertar.
Iria pedir para não ficar um velho chato, criticando o presente e achando que só no meu tempo tempo tudo era bom. Pediria para mostrar a eles como foi o passado, mas queria com certeza ter um olhar no futuro, mas viver o presente. Pediria a Ele que minha netinha mais nova ficasse mais tempo pequenina e que a mais velha não tivesse tanta pressa de crescer.
Pediria sabedoria, e esta talvez a principal, e não sei se vocês vão entender, mas se num domingo preguiçoso a bola do joguinho de rua insistir em cair no meu quintal, eu a devolvesse sempre com um sorriso no rosto, e nunca tivesse vontade de fura-la.
E agora as reclamações… Reclamar do que? Talvez minhas dores, as marcas do tempo? Não, não, não… Elas fazem parte da caminhada e das estradas que percorri. Percebi que não tenho reclamações a fazer e sim muito a agradecer. Obrigado, Deus! Obrigado por meus pais Roque e Cida, de nomes simples, mas na minha vida fundamentais, das frases simples mas que guardo até hoje.
Obrigado pelos filhos, pelos longos papos, por todos os cafés demorados que tomamos juntos, por todas as conversas sobre a vida, que continuo aprendendo, e pelas conversas jogadas fora, só para dar risada ou termos motivo para estarmos juntos. Obrigado por me respeitarem como pai, mas me considerarem um melhor amigo, para fazerem confidências.
Obrigado pelos netos, por gostarem de estar por perto, por deixarem nem que seja por pouco tempo, estes jogos modernos, e se aventurarem num “truquinho”, que este ainda sei jogar.
Obrigado por todos os amigos da jornada, que me ajudaram a tirar as pedras do caminho, que enxugaram as lágrimas, que ofereceram o ombro ou que me deram um simples abraço.
Mas Deus, muito obrigado, mas muito obrigado mesmo, e este agradecimento com certeza é o principal, pela esposa que me destes, que se um dia pudesse o tempo voltar, com ela viveria sem pensar tudo de novo. Obrigado por ela ser simplesmente TUDO em minha vida.
Enfim, Deus, obrigado, e vou parar por aqui, pois sei que o Senhor tem coisas muito mais importantes para fazer, mas um último agradecimento quero fazer, como aquela música, que não consigo ouvir sem chorar, bem diz:
As estradas que percorri, os caminhos por onde andei, eu fiz do meu jeito. E sabe por que? Por um simples motivo: o Senhor permitiu.
20/01/2018