Cartas e recordações

Era pra ser um dia igual

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Hoje acordei e conversei por longo tempo com a netinha, hoje uma menina mulher, conversamos sobre a vida, sobre decisões certas ou erradas, atitudes que tomamos, sobre intromissão ou omissão, papo destes que uns acham careta.

Levei-a na escola e na volta não me perguntem porque, me deu saudade da coisa que ninguém neste mundo poderia ter: Saudade do meu terno de veludo, sim porque na minha juventude era o único que tinha, nos bailes do Rio Branco, com um calor infernal, lá estava eu com meu terno de veludo, sabia que muitos riam, mas era o único que eu tinha, meu companheiro inseparável, no frio me esquentava, e no calor me fazia transpirar a me sentir em uma sauna.

Me casei e lá foi o terno de veludo, me acompanhou durante um bom tempo até que ficou guardado em um canto do armário meu companheiro inseparável.

Até que um dia olhando por entre as roupas senti falta dele, logo fui perguntar para minha esposa onde estava, o que tinha acontecido, a resposta foi a menos esperada e a mais emocionante:

Está fazendo muito frio, você não usa mais, venha ver, cortei seu terno e fiz roupinhas para nossas filhas.

Por favor me respondam, tinha coisa melhor para fazer com meu amigo inseparável do que acalentar os dias de frio de nossas filhas?

Saudade de você, meu terno de veludo!

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