Num dia destes num café demorado tendo uma filha ao lado, a conversa, não sei bem porque, foi sobre a vida, como defini-la.
Talvez a vida seja como uma estrada, às vezes pedregulhada, com buracos e solavancos a nos dar. Ás vezes é de terra, engolimos poeira, sem quase nada enxergar. Ás vezes um asfalto bom, impecável, que até sono nos dá, mas aí chega a curva, diminui a marcha pra outra vez acelerar.
Engraçado, ela nunca é paralela, pois em algum lugar vai se encontrar.
Depois de uma longa conversa, não chegamos a conclusões. E aí talvez esteja a beleza da vida, pois ao longo da estrada damos e aceitamos caronas, escolhemos companhia, escolhemos acelerar ou brecar, correr ou ir devagar, pegar atalhos ou o caminho certo.
Mas no final desta deliciosa conversa, destas de ficar para a eternidade, na hora de se despedir, nossa filha já com os olhos lacrimejados disse:
“Pai, o importante de tudo é ao final desta jornada estarmos em pé, eretos, e ao olharmos para a estrada dizermos: Combati o bom combate e guardei a fé.”