Cartas e recordações

Simplesmente um dia do pai

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Acordo num destes domingos, que até a noite de sono foi um pouquinho menor, pois resolveram adiantar o relógio em uma hora, de repente ouço um filho chamando, me vem à mente logo uma pergunta: o que será que aconteceu?

Era só um filho que tinha esquecido algumas coisas em casa e veio para pegar.

De um fato tão corriqueiro como este, minha mente viajou longe e não perguntem por que, mas me peguei a pensar, como seria a família ideal?

Talvez seria daquelas, com pais e filhos a beira de um lago num maravilhoso gramado, jogando futebol, rolando pela grama, estendendo à toalha e deliciando um lanche em meio a sorrisos e abraços.

Talvez seja a família reunida em um passeio imaginado por todos, em que centenas de fotos estampam sorrisos e poses que eternizam um momento.

Talvez seja a vitória ao comprar uma casa tão sonhada por todos em um bairro novo na cidade onde a vida parece mais tranquila.

Talvez seja os filhos entrando numa destas escolas pagas, estudando, tirando diplomas a não caber mais na parede, se tornando engenheiros, ou doutores.

É, talvez a família ideal seja tudo isto. Mas não sei porque, talvez pela minha idade já um pouco avançada, só pensei em uma coisa: Que gostoso seria, se nosso filho num domingo que me tiraram uma hora de sono, me chamasse, e ao perguntar o que aconteceu, ele simplesmente me dissesse:

“Pai, acordei mais cedo, me deu vontade, passei na padaria, comprei alguns pães e só vim aqui para tomar um café com vocês…”

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