Comecei escrever esta carta quando dois amigos estavam separados. Algum tempo depois veio a notícia da reconciliação e não terminei de escrever, graças a Deus.
Sabe, sei que não tenho direito para me envolver, nem autoridade para aconselhá-los, mas quero dizer algumas coisas de coração, e quando o coração manda temos que fazer.
Em primeiro lugar, queria que voltassem suas mentes para o dia em que se conheceram e perceberam que nada aconteceu por acaso, e sim foi um plano de Deus, pois num mundo tão grande vocês estavam ali naquele mesmo lugar, naquele mesmo instante, e fizeram daquele momento um momento mágico.
O primeiro toque na mão, o primeiro olhar, o primeiro sorriso, o primeiro beijo, o coração pulsando mais forte… Nasceu o amor!
Amor que os levou até o altar. E aí vieram os planos, os sonhos, alguns realizados outros não. Dentro dos sonhos realizados com certeza estão as duas filhas que Deus em sua infinita bondade lhes concedeu, pois foram geradas em amor e ali estava realizada a maior e mais perfeita abra de Deus: a família. E tenho certeza que se fosse lhes dado o direito de escolher os filhos, vocês as escolheriam, e se fosse dado a elas do direito de escolherem os pais elas os escolheriam, ou vocês tem alguma dúvida sobre isto?
Não quero e tenho medo que pareça estar tomando partido de algum lado, mas pensem bem, meditem bem, nesta história não tem vencidos nem vencedores; ou todos vencerão ou com certeza todos perderão.
Filhos, não fiquem procurando ou achando que somos pais perfeitos, pois erramos muito e disto temos consciência, viemos de uma geração que assistiu a grandes mudanças e em geral estamos aprendendo a dialogar com vocês.
Airton – Algum espaço em 1995